Após seis anos desde sua última edição e com a retomada do Programa de Cisternas, a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) realizou o X Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro (EnconASA). O evento aconteceu entre os dias 18 e 23 de novembro, às margens do Rio São Francisco, nas cidades de Piranhas (AL) e Canindé de São Francisco (SE), comemorando os 25 anos da rede ASA.
Com o tema "Semiárido Vivo: por justiça socioambiental e democracia participativa", o encontro foi marcado por trocas de saberes, celebrações culturais e debates políticos. Reunindo cerca de 600 participantes, entre agricultoras, agricultores, técnicas, técnicos, experimentadores, instituições parceiras e delegações eleitas de todos os estados que compõem a ASA, o X EnconASA se consolida como um espaço de construção de propostas políticas e ações de convivência com o Semiárido.
O centro histórico de Piranhas, com seu patrimônio de casarões coloniais coloridos e ladeiras floridas, foi palco de uma rica programação, que incluiu plenárias, oficinas, visitas de intercâmbio, feira de saberes e sabores, vivências culturais e o Terreiro de Inovações Tecnológicas, onde agricultores compartilharam práticas agroecológicas e tecnologias inovadoras.
A delegação cearense, representando o Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), teve uma participação ativa e diversa. A Associação Cristã de Base (ACB), esteve representada por suas Margaridas – agricultoras experimentadoras como Dona Ana, Maria Lúcia e Ana Floresta, exemplos de força e resistência no Semiárido. Elas destacaram a importância dos quintais produtivos, fortalecendo a visão de que a agricultura familiar é essencial para a segurança alimentar e a sustentabilidade local.
A ACB também contribuiu na comunicação por meio da Rede de Comunicadores Populares do Cariri, que integrou a cobertura do evento, amplificando as vozes e histórias das experiências vivenciadas no encontro, através da comunicadora popular, Tarsila Guimarães / ACB, e da associada Nelzilane Oliveira.
Dentre as experiências de intercâmbio, dois momentos trouxeram aprendizados marcantes:
Na Aldeia Indígena Jeripankó, em Pariconha (AL), onde as sementes, espiritualidade e cultura de um povo resiste diante da luta pela demarcação de terras, da preservação dos saberes ancestrais e do fortalecimento das práticas agrícolas e comunitárias que garantem a sobrevivência das famílias indígenas.
Em Poço Redondo (SE), o Grupo de Mulheres Pescadoras e Artesãs de Bonsucesso planeja sua trajetória de organização durante a pandemia e como o Turismo de Base Comunitária tem fortalecido a comunidade, marcado pela ancestralidade africana e rica cultura local.
O evento culminou em um Ato Público, em Canindé de São Francisco, reafirmando a força coletiva da ASA e sua luta por justiça socioambiental. As delegações retornaram para casa nutridas por dias de aprendizado, trocas e a certeza do poder dessa grande rede de articulação.
“Semiárido Vivo! Nenhum direito à menos!”
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por Nelzilane Oliveira e Tarsila Guimarães
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